Emoções nos discursos foram a tônica dos atos de posse prefeito, vice e vereadores de São Pedro da Serra na chuvosa tarde de domingo.

O ato de posse do Legislativo a vereadora mais votada, Anelise Maria Cornelius Escher, a profe Neca, a incumbência de presidir a primeira sessão solene da nova legislatura. E assim, feito o juramento da vereadora Anelise, vieram as promessas regimentais dos outros oito eleitos.

Anelise foi também eleita, por unanimidade, como presidente da casa, tendo a mesa diretora também os vereadores o Laudinir Hanauer como vice, 1º Secretário será André Mallmann e o 2º Secretário Carlos Schlindwein. Foram empossados ainda os vereadores Daniel Reichert, Patrício Hanauer, Roque Weimann, Graciele Werner e Silvane Mendel.

As últimas sílabas da fala da presidente eleita, a profe Neca, a voz ficou embargada, afinal, olhava para seus familiares e amigos.

Em ato seguinte veio a posse do prefeito Luiz Augusto Hartmann e da vice Patrícia Löff. Com ambos emocionados era fácil prever o que viria pela frente.

A prefeita Isabel Corete Joner Cornelius discursou fazendo agradecimentos, em especial ao seu marido, que participou das ações públicas, sendo esteio em muitas das decisões. Também fez uma prestação de contas evidenciando os avanços de São Pedro da Serra em oito anos.

Patrícia, ao se manifestar, voltou seu olhar para o pai, que já fora vice-prefeito, e em lágrimas fez um discurso repleto de ionalidade. Foi aplaudida com todo o merecimento.

Luizinho, por sua vez, se mostrou maduro e grato pela história já vivida. Ele, que foi vereador aos 21 anos, agora está prefeito. Rendeu agradecimento aos profissionais do setor público. Relembrou do trabalho feito nas gestões e, acima de tudo, enalteceu a importância de cada cidadão, desde aos emancipadores (muitos dos quais presentes) quanto aos que optaram por São Pedro como seu lar.

Vieram as bênçãos, na condução do padre Márcio Weber e na sabedoria do Padre Attílio Hartmann. Na rua, a chuva também estava liberada, ainda que tenha prejudicado a festa de posse, mas trabalho e confraternização terão espaço também nos próximos quatro anos de gestão.

Fotos e texto: Alex Steffen/Jornal Qtal

Líder emancipacionista de Salvador do Sul, em 1963, e São Pedro da Serra, em 1992, Sílvio Ignácio Mallmann deu seu adeus desta vida terrena e partiu à eternidade, terça, dia 27. 

Aos 95 anos, Mallmann, era figura folclórica na região, sendo um grande líder comunitário, de tal forma que esteve à frente de entidades e também das comissões emancipadoras. Dentre os emancipacionistas de Salvador do Sul, agora, só resta um, Renato Chies, que era o mais jovem da turma de então. Sílvio, com muito orgulho, falava destas empreitadas como quem lutava pelo lugar que amava. Em 2013 concedeu entrevista para o Qtal, juntamente com Guido Cornelius, Renato Chies e Ivo Lauro Kochhann. Mallmann ria das histórias de então, sendo naquele ano vivenciado o cinquentenário da união destes emancipacionistas. 

Sílvio (o segundo da direita) orgulhava-se da trajetória como emancipacionista

Sílvio era casado com Maria Selma, havia 72 anos, com quem teve sete filhos. Essa família cresceu tendo 15 netos e 13 bisnetos. Todos, de maneira unânime, tinham o avô Sílvio como referência.

Por vezes não entendia que os anos aram e seguia trabalhando como se fosse um jovem. Lutou pela vida dos seus e também pela sua até o último instante. Fazia o seu melhor sempre. Com muito zelo cuidou da amada esposa à qual acarinhava com doces palavras. O apego emocional com a esposa era tamanho que se manterá para todo sempre. Amava tanto que, em tempos de noivado, saiu sem a aliança pois tinha tirado ela pra não sujar. Quando se deu conta, foi comprar outra igual, numa loja, pra não correr o risco da noiva notar que ele estava sem. Fazia tudo por amor. 

“O vô era uma daquelas figuras que adorava aprontar das suas. Contava, com orgulho, que era motorista exemplar, nunca tendo levado uma multa até os 90 anos. Se aventurava e deixava todos de cabelos em pé, afinal, um homem com mais de 80 subindo em um pinheiro não era pra qualquer um”, contou André Mallmann, neto e um dos que seguiu seu legado como líder, sendo vereador em São Pedro da Serra. Na veia política da família cabe lembrar ainda que dois de seus filhos tiveram destaque na vida pública. Adelar foi duas vezes prefeito e Danilo, cinco vezes vereador, ambos em São Pedro. 

A despedida de Sílvio foi comovente, contudo, ficava evidente que todos os seus deveres de bom cidadão foram cumpridos. Era gigantesco como ser humano e deixou um belo legado. Agora, na morada eterna, segue sendo modelo de conduta aos seus amigos e familiares.